domingo, 14 de julho de 2013

OPINIÃO: Terminal misto de carga e a destruição do Guarujá (Richard Geraldo)


Inicio com uma indagação a população, veranistas, turistas e principalmente Aos Governantes da nossa querida Pérola do Atlântico – “Guarujá”. 

Os projetos da Área do CING, com carretas e barulho intensivo dos contêineres, não prejudica a integridade física dos moradores dos Bairros do entorno do Projeto? O trafego intenso de veículos pesados não abalaria as residências, haja vista que os Bairros Santa Rosa, Vila Ligia e outros eram mangues aterrados? O Aterro de mais áreas mangue não prejudicaria a pesca artesanal, principalmente do camarão, que é um dos meios de sustentos da população do Bairro de Santa Cruz dos Navegantes? Com um terminal de contêineres ou um Distrito Industrial Naval próximo aos Bairros Astúrias, Tombo, etc., não haveria uma desvalorização dos imóveis e uma fuga de turistas para outras Cidades do Litoral? Os nossos Governantes não acham que em termos de geração de empregos, impactos ambientais, saúde da população e valorização dos Bairros do entorno, seriam muito melhor se a área do CING fosse transformada em Zona de Interesse Turístico?

A SAIPEM empresa de origem Siciliana – Região da Itália . "Dona da concessão junto ao SPU contestada na justiça federal e diga de passagem como derrotada em 1.º Instancia e com perda da autorização pela ANTAQ " do Lote nº 42, com área total de 350 mil metros quadrados, local onde pretende-se construir o mega porto de contêineres, um dos locais mais privilegiados e cobiçados do Estuário, abrigado do Porto de Santos. 

Na vizinhança encontra-se a comunidade de Santa Cruz dos Navegantes, datada de mais de 100 anos de existência, que passa por um importante processo de reconhecimento legal, com a regularização fundiária promovida pela Secretaria do Patrimônio da União e a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande patrimônio historio e cultural erguida em 1584 tombados respectivamente O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo CONDEPHAAT . 

Alerto para o fato de que a comunidade será exposta aos impactos diretos de um grande porto de contêineres, com todos os ruídos, fuligens, assim como as vibrações intermitentes geradas pela atividade portuária 24 horas por dia, poluição visual e impactos também presumíveis na charmosa Ponta da Praia, da vizinha Santos.

No início dos anos 80 foram aterrados 1,5 milhões de metros quadrados de manguezais, com saibro retirado do Morro Pitiú, este conjunto de destruição possivelmente seja um dos maiores crimes desta natureza no Estado de São Paulo. 

Entretanto, neste momento mais um passo se dará para legitimar os interesses daqueles que defendem um Porto de Contêineres no local.

O Poder Público tem o dever de proteger e defender a cidade desta agressão, a SAIPEM tem pretensões de instalar uma industria naval e o terminal de contêineres naquela região ou Porto Misto de Carga. 

A Indústria Naval polui como chumbo, cromo, níquel e mercúrio, e substâncias orgânicas persistentes, especialmente TBT.
O chumbo, mercúrio, cromo e níquel são elementos químicos encontrados na natureza em proporções muito pequenas. Através de processos industriais, são concentrados e liberados para o meio ambiente em níveis não-naturais. A contaminação de animais e seres humanos ocorre principalmente com a ingestão de alimentos contaminados. Chumbo e mercúrio causam problemas no sistema nervoso central; o cromo é cancerígeno e o níquel causa problemas de pele. Estes elementos são inorgânicos, bioacumulativos e persistentes.
Tributyltina ou TBT é sigla de substâncias químicas artificialmente produzidas pelo homem, ou seja, não existem na natureza. É por isso que não há, nos seres vivos, reações químicas que permitam a degradação destas substâncias. Uma vez em organismos humanos, elas não podem ser destruídas, acumulam-se nos tecidos adiposos e atuam principalmente sobre o sistema hormonal. Podem, inclusive, causar diversos tipos de câncer no indivíduo adulto.
Tributyltina ou TBT ou Tributilestanho ou Trifenilestanho é considerado por cientistas como um dos mais venenosos produtos químicos que o homem criou. Utilizado contra deterioramento e como estabilizador em diversas aplicações industriais, a indústria naval, por exemplo, mistura a substância à tinta para navios e embarcações com o objetivo de evitar a ação de algas.
Alterações hormonais descobertas em ostras e outros animais marinhos, aliadas à morte em massa deles provocaram um movimento que fez com que a Organização Marítima Internacional (IMO) proibisse seu uso a partir de 2006.
A Organização Mundial de Saúde (WHO) recomenda um limite para o TBT, mas levou em conta para isso o poder venenoso do mesmo. O perigoso efeito hormonal, ativo já em pequeníssimas quantidades, era desconhecido até então. Com a catástrofe causada no mar, estudos aprofundados acusaram que o contato com Tributyltina provoca, além da ação tóxica, a masculinização das mulheres e nos homens destrói a fertilidade. Um dos principais efeitos do uso de tais substâncias é o envenenamento do sistema biológico, principalmente de moluscos e ostras, originando mutações e condenando espécies à extinção.
No Brasil, no entanto o uso do veneno não possui nenhuma restrição legal no país, sendo seu poder nocivo desconhecido por muitos.
Outro problema sério e o de veículos pesados que ira acontecer junto à área do entorno do CING, sem falar nas interseções pelos Bairros. O entorno da Av. Caiçara e Av. Adhemar de Barros são formadas por mangues aterrados, ou seja, um terreno instável e com a presença constante de caminhões de carga, poderá provocar em muitas casas rachaduras estruturais.

Pela própria estrutura da contaminação de indústria de siderurgia seja como base Off-Shore para Petrobrás ou indústria naval afetara gravemente todo ecossistema local, inclusive a indústria pesqueira e o turismo.
O Terminal de Contêineres ou terminal de cargas misto em conjunto piora ainda mais a qualidade de vida de todos os moradores, com todos os ruídos, fuligens, assim como as vibrações intermitentes geradas pela atividade portuária 24 horas por dia, poluição visual, que afetarão no só a cabeça do dragão Astúrias, Tombo, Guaiúba, Santa Rosa, Santo Antonio etc., além do Guarujá dá um passo para trás na mobilidade urbana que tantos brasileiros saíram nas Ruas pelo Brasil inteiro, imagine o que será no Guarujá o transtorno de centenas de caminhões dias em vias de acesso importante e interligadas ao ferry boat, um prejuízo sem igual não só para a cabeça do dragão, mas para a Ilha de Santo Amaro inteira. 
A única solução viável para área do CING é uma vocação turística, terminal de passageiros, marinas, “resort”, centro de convenções etc. O Turismo gera muitos empregos, se for feito adequadamente e planejamento não afetara o meio ambiente pelo contrario recuperara áreas degradadas. E termino com uma célebre frase do Greenpeace “quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come”.





Richard Geraldo Dias de Oliveira 
Advogado e ambientalista 

1 comentários:

Doutor, preciso e completo o artigo, parabéns.

A ação popular já foi distribuída, com alguns argumentos de vossa senhoria.

Sinto que é somente o começo da guerra.

Abraço.

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