sexta-feira, 26 de julho de 2013

Caminhoneiros se mobilizam para novas manifestações nas rodovias da Baixada


Quando e onde, essa é a dúvida. Depois do anúncio do Governo do Estado de que as rodovias estão autorizadas a iniciar a cobrança de pedágio  dos veículos comerciais contabilizando os eixos suspensos, líderes sindicais e caminhoneiros da região preparam atos de repúdio à determinação. "Não há dúvida que haverá manifestação, mas a faremos de surpresa", garante o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres de Guarujá (Sindcon), José Nilton Oliveira.

Segundo ele, ainda não há dia, nem hora para começar, mas é certo que ocorrerão protestos e bloqueios nas rodovias contra a cobrança de todos os eixos. "Estamos nos preparando. O caminhoneiro precisa sentir no bolso para poder se mobilizar", diz. O sindicalista ressalta que o movimento é da "categoria", por isso é preciso consultar o maior número de motoristas para se tomar uma decisão e articular uma possível manifestação, assim como ocorreu no início do mês. 

"Estamos indo nos terminais, falando com cada caminhoneiro. O sentimento de revolta já é geral e eles querem fazer algo", comenta. A expectativa é de que o início da próxima semana seja de caos nas estradas que servem de acesso à Baixada Santista, principalmente aquelas que são utilizadas pelos caminhões que seguem até o Porto de Santos, como a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-248/55), para o Guarujá e Cubatão, e a Via Anchieta, na entrada de Santos. 

Cobrança

Na prática, o início da cobrança significa que a tarifa dos caminhões passa a ser calculada considerando todos os eixos que compõem os veículos, independente de estarem em contato com o pavimento ou não, assim como já acontece nas rodovias federais. Cabe às concessionárias adaptarem seus sistemas de cobrança e identificação de veículos para efetivar a cobrança.

A cobrança do eixo suspenso já havia sido anunciada há um mês como uma das medidas adotadas para possibilitar o reajuste zero das tarifas de pedágio esse ano – contratualmente era previsto um aumento de 6,5% em todas as praças da malha estadual no dia 1º de julho. Os novos valores foram adiados devido às manifestações que bloquearam rodovias por mais de 24 horas.

Segundo o Estado, a medida, alinhada com uma política de transporte público do governo estadual que tem como objetivo baixar os custos de transporte e torná-lo mais eficiente e mais seguro, ao reduzir as ocorrências de suspensão de eixo em movimento com o veículo carregado. A cobrança permite, ainda, uma concorrência mais justa entre os transportadores e reduz o desgaste do pavimento.
 
A adoção do novo método de cobrança também é necessária para a ampliação do Sistema Ponto a Ponto para os veículos comerciais e sua expansão para todo o Estado. O Sistema, que permite o pagamento de pedágio por trecho percorrido, torna o modelo de cobrança mais justo. Na SP 360 – primeira rodovia a receber o Ponto a Ponto, os usuários economizaram cerca de R$ 600 mil em um ano de utilização.
 
Manifestação

No início do mês, em 2 de julho, depois de 25 horas de manifestação promovida pelos caminhoneiros, a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-248/55), na altura do Km 250 (praça de pedágio da Área Continental de Santos). A Tropa de Choque de São Paulo, com 120 militares, conseguiu dispersar os caminhoneiros que não concordam com a cobrança individual de caixa eixo dos veículos comerciais. 

"Eles chegaram atirando bombas de gás lacrimogêneo. Não respeitaram ninguém", disse o presidente do sindicato dos Caminhoneiros do Litoral de São Paulo, José Nilton Oliveira. Segundo o sindicalista, não houve negociação. Apesar de os motoristas apresentarem resistência, a ação da polícia não deixou feridos. A desobstrução da rodovia foi rápida e durou pouco mais de 30 minutos.

Depois do enfrentamento na Domênico Rangoni, José Nilton também pediu para que fosse liberada a entrada do Porto de Santos pela Avenida Engenheiro Augusto Barata (Retão da Alemoa). "A cobrança (dos eixos) foi suspensa temporariamente, então o protesto para hoje", afirmou. Se o Governo do Estado determinar a nova obrigatoriedade do pagamento dos eixos desses veículos, poderá haver outros bloqueios.(AT On Line)

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