domingo, 28 de julho de 2013

OPINIÃO: Avaliação da reunião com a Saipem na Comissão de Meio Ambiente da OAB Guarujá (Richard Geraldo)

SAIPEM Guarujá o que realmente esta acontecendo ? 

O crescimento econômico de um país não deve ser pensado dissociado da sustentabilidade. Ouvimos diariamente que é preciso promover o desenvolvimento, a geração de renda e riquezas. Mas qual é o custo do modelo econômico que transforma tudo em mercadoria, inclusive pessoas? E quem paga a conta? Há tempos o meio ambiente dá sinais que o preço é alto demais para a natureza bancar. Recentemente verificamos uma reportagem em um jornal da Baixada Santista em um subtítulo Porto e Mar que a SAIPEM empresa Italiana instalada na área do CING –Complexo Industrial Naval do Guarujá, fora Autorizada pela ANTAQ – Agência Nacional de Transporte Aquaviários para instalar um porto misto ou terminal de Contêineres o que causariam um verdadeiro transtorno aos moradores do Guarujá no que tange a mobilidade urbano e um verdadeiro desastre urbanístico e ambiental. Se isto viesse acontecer seriam 3.000 (três mil caminhões diários) percorrendo principais artérias do Guarujá como Av. Adhemar de Barros e Av. Dos Caiçaras malha viária inadequada para trafego de caminhões pesados e uma região de mangue aterrado com uma estrutura frágil de solo e afetaria totalmente diversos bairros como Astúrias, Tombo, Guaiuba, Santa Rosa, Santo Antônio, Via Lígia, Santa Cruz dos Navegantes etc., com ruídos 24 horas, materiais particulados, emissões de gases tóxicos etc. E mesmo que ressuscita-se o antigo projeto de viadutos ligando a estrada Domênico Rongoni , passado por cima , seria a ressuscitação do antiquado “Minhoção” que não mudaria em nada os problemas e ainda causaria outros tantos mais. Preocupado com isto a Ordem dos Advogados do Guarujá através da Comissão do Meio Ambiente convocou a comunidade e a Imprensa para um debate referente este assunto e a atual situação da SAIPEM, deixando antes de mais nada que a CMA da OAB do Guarujá sempre defendeu para a área do CING fosse destinada a um Complexo turístico sustentável com Marinas Pública, Terminal de Passageiros de Cruzeiros, Hotéis, Centro de Convenções etc. que gerariam milhares de empregos a mais e o impacto tanto urbanístico como ambiental seriam salutares. No entanto inúmeras propostas encaminhadas sequer foram apreciadas neste sentido pelo poder público e mesmo no COMDEMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente do Guarujá. A Empresa Saipem compareceu com alguns membros inclusive com seu Coordenador de Assuntos Institucionais no Brasil e rebateu que a matéria vincula ao Jornal A Tribuna – na parte Portos e Mar não procede, não é intenção da SAIPEM e atuar com terminais de contêineres e nem de cargas o empreendimento visa exclusivamente a armazenamentos de tubos e indústria off shore para equipamentos petrolíferos, que todo material para operação da empresa chegariam por via marítima e toda sua operação seria desta forma realizada, não chegaria por via terrestres. Inclusive com um TAC – Termo de Ajuste e Conduta assinado junto ao Ministério Público Estadual e Prefeitura do Guarujá referente a este assunto. Aproveitamos e indagamos a imensa quantidade de caminhões que passam diariamente na Av dos Caiçaras acima da tonelagem permitida e quantidade excessiva diariamente e sem fiscalização do poder público, a Empresa se defendeu que toda a recuperação da Av. Dos Caiçaras esta sendo realizada por ela pagando a Empresa TERRACOM para realização destas obras. No entanto não ficou esclarecido possíveis rachaduras e fissuras que estes caminhões poderiam causar as residências e comércio próximo ao local . A empresa ainda alegou que este transtorno seria apenas até a fase de conclusão das obras e a questão dos ruídos cessariam após o fim também. Foi asseverado que portanto, todo o material operacional da SAIPEM viria pelo mar por balsas, como não entraram em um acordo com a DERSA que transportariam de madrugada, esta operação esta sendo realizada pelo terminal portuário 33 do Porto de Santos contrato de um ano para o uso deste terminal, o que nos preocupa porque se não houve uma autorização e um licenciamento portuário futuro para esta operação como ficara o transporte destes tubos? Hoje o custo operacional é maior em virtude do elevado custo do arrendamento deste terminal e deficitário para empresa. Indagamos o que será produzido neste estaleiro off shore da SAIPEM outra preocupação nossa, foi descartada totalmente a fabricação de submarinos nucleares naquele local e será fabricado equipamentos para atividade de exploração de petróleo, porém o que nos assustou um pouco foi a palavra do Senhor Ricardo representante também da SAIPEM que empresa fará todas as operação na qual a Lei brasileira permitir, indaguei no que tange aos tratados internacionais SOLAS e MARPOL no qual o Brasil é signatário entre outros. Ficou acertado que a Comissão do Meio Ambiente OAB do Guarujá , a imprensa e sociedade civil ira visitar as instalações da SAIPEM e serão esclarecidos outras dúvidas e haverá proposituras de sugestões tanto no que tange a sustentabilidade ambiental como social e este grupo fiscalizara também o empreendimento e a operação da Empresa, lamentamos embora não oficialmente convidados , mas bem divulgado junto a imprensa a ausência total do Poder Público, principalmente a Secretaria de Meio Ambiente, e a falta de reuniões no COMDEMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente que não ocorre desde fevereiro , sendo que deveria ocorrer mensamente para que questões como esta fossem devidamente esclarecidas



Richard Geraldo Dias de Oliveira 
Advogado e Ambientalista
Coordenador da Comissão de Meio Ambiente 
OAB, Subseção Guarujá

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