terça-feira, 1 de outubro de 2013

Demora na transferência para Hospital Santo Amaro pode ter causado a morte de rapaz de 28 anos.



Carlos Jesus de Oliveira, de 28 anos, morreu por volta das 23 horas de domingo no Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá, em decorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC H). Entretanto, a família afirma que ele poderia estar vivo se tivesse sido transferido a tempo para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pelo qual teria esperado durante um dia inteiro.

A saga teve início, segundo os parentes, pouco antes das 6 horas de sábado. Ele voltava de uma festa quando teve uma convulsão. Seu estado de saúde já era bastante debilitado, pois era diabético e tuberculoso.

Seu tio, Eduardo Guedes, afirma que Carlos deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Matheus Santamaria, como é conhecido o Pronto Atendimento Médico (PAM) Rodoviária, pouco depois das 6 horas. 


“Transferiram ele às 10h30 para o PAM de Vicente de Carvalho e não deram  medicação alguma. Precisava fazer uma tomografia e não tinha equipamento para isso. Ele ficou só no balão de oxigênio. Os funcionários disseram que só tinha dipirona para dar para os pacientes, mais nada”.

Ele decidiu recorrer, depois de algumas horas, a um vereador que ligou para  o secretário de Saúde e para o diretor de Urgência e Emergência, mas não teve retorno.

Carlos começou a ser removido para o Hospital Santo Amaro por volta das 23 horas. “Quando chegou lá, ele passou por uma tomografia e disseram que teve morte cerebral. Acabamos perdendo uma vida porque não transferiram ele antes. Primeiro, não tinha ambulância. Depois, médico para ir com ele no veículo”, lamenta o tio. 

Eldis Carossi, diretor-administrativo do Santo Amaro, afirma que o paciente deu entrada às 23h28 de sábado. “Ele já chegou com um prognóstico muito ruim, de AVC H (derrame hemorrágico). Não foi possível fazer muita coisa. Ele foi para a emergência, mas às 19 horas de domingo veio a falecer”.

Sem registro

Embora os familiares e o vereador atestem a demora na transferência para um leito de UTI, a Prefeitura não tem registros de que Carlos esteve tanto no PAM Rodoviária como no PAM de Vicente de Carvalho nos horários indicados.

A informação que constaria no prontuário de Carlos, segundo o diretor de Urgência e Emergência de Guarujá, Waldyr Tamburus, é que “ele chegou ao PAM de Vicente de Carvalho às 21h30 e foi transferido, às 23h30, para o Hospital Santo Amaro, após passar por médico, ser medicado e estabilizado seu estado de convulsão”.

Ainda segundo Tamburus, o prontuário do paciente registrou que ele recebeu as medicações necessárias e “um dos médicos plantonistas o acompanhou até a unidade hospitalar”. Já sobre o PAM Rodoviária, Tamburus informou que a diretoria fará hoje uma nova apuração do caso. 

Eduardo Guedes, tio de Carlos, reafirmou a passagem do sobrinho pelas duas unidades durante todo o dia, e não a partir das 21h30, como informado pela Prefeitura. “Isso é mentira. Tenho testemunhas de que ele esteve lá. Tanto que, no domingo pela manhã, voltei ao PAM Rodoviária para falar com a enfermeira sobre o caso e ela checou o registro dele lá”. 
(AT On-Line)

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