domingo, 18 de janeiro de 2015

Ciclistas protestam na Cônego Domênico Rangoni por mais segurança




Mais de 150 ciclistas se reuniram na rodovia Cônego Domênico Rangoni para protestar, na manhã de ontem (17). Eles reclamam da falta de segurança e estão preocupados com os treinos dos atletas que concorrem a vagas nas Olimpíadas de 2016 e no Iroman.

Segundo eles, as estradas da região não têm segurança e os atletas ficam na mira de criminosos. "A situação de assalto sempre ocorreu em um ritmo menor do que é hoje, em situações raríssimas de um ciclista passar sozinho. Não existe mais aquela coisa de passar um grupo grande para dar mais segurança", disse o ciclista Renato Ventura.

Na semana passada, um grupo de 60 ciclistas foi surpreendido pela ação de assaltantes enquanto treinava na rodovia. Os criminosos saíram de um matagal e roubaram a bicicleta de um deles. "Eles vieram contra o pelotão. Foi muito perigoso porque eles vieram no meio da estrada. Nós, sem motivo algum, tivemos que voltar correndo porque eram armas brancas, de fogo", conta o ciclista Cláudio Clarindo.

Entre os atletas, alguns colecionam histórias dessa violência. A atleta paraolímpica Marcia Ribeiro Gonçalves e Nelma Raizer já foram vítimas. "Foi um susto muito grande. Antigamente, nós subiamos a serra, no pedaço da estrada de manutenção. Uma vez, nós estávamos indo a 50 metros do posto policial rodoviário. Ela (Nelma) parou a bike, eu percebi. O rapaz falava para ela passar o 'camelo'. Ela falou calma porque sou deficiente visual. Ele nos jogaram no chão. A nossa sorte foi que veio um rapaz com uma caminhonete, quando eles estavam pegando a bike para sair, ele fez menção de jogar em cima deles, eles largaram a bike", conta Márcia. "Eu pedalo há muitos anos, só de escapar de assalto, de roubo, já foram oito vezes", falou Nelma Raizer.

Para os atletas, a rodovia Cônego Domênico Rangoni é um local de trabalho e caminho para a rodovia Rio Santos. As estradas servem para levar os atletas a competições importantes como o Iroman e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. "A nossa ideia é só alertar a população e os departamentos competentes, como trânsito, Policia Militar, que aqui é perigoso. Estamos pedindo uma ajuda deles para a gente conseguir fazer um treinamento de acordo. O ideal é ter viaturas constantemente na estrada" disse o presidente da Liga de Ciclismo, José Reinato.

A falta de segurança tem alterado a rotina de treinos dos atletas. "Com a falta de segurança, fica meio complicado para a gente treinar, principalmente, quando é profissional. E, se ficar esperando sempre um grupo ou uma escolta para treinar fica meio complicado", falou Bruno Matheus. "Nessa semana deu uma caída nos treinos pelo medo de vir para a estrada e trabalhar. Na verdade, a gente está trabalhando", disse Fred Monteiro. "Ninguém está reivindicando nada, só queremos segurança nas estradas", reafirmou Claudio Clarindo.
A Polícia Militar disse que no trecho da rodovia, onde aconteceu o roubo aos ciclistas, o policiamento é feito com carros, motos e tático ostensivo rodoviário. Além disso, duas bases operacionais da Polícia Rodoviária, uma no entroncamento com a rodovia Rio-Santos e outra um pouco mais adiante da própria Rio Santos. Ainda segundo a PM, o local recebe uma atenção especial porque é acesso a cidade de Guarujá e também a margem esquerda do Porto.

O comando do policiamento rodoviário diz que está permanentemente aberto para receber uma comissão dos ciclistas, ajudar a entender melhor o problema e buscar soluções. E, pede para que as vítimas sempre façam boletim de ocorrência. (G1)

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