quinta-feira, 30 de abril de 2015

Prorrogação do contrato da Translitoral contraria os interesses da população


      

A afirmação é do promotor de Defesa do Patrimônio Público de Guarujá e vem ao encontro das constantes reclamações dos usuários com o serviço prestado pela Translitoral, empresa concessionária do transporte coletivo. O contrato entre a Prefeitura do Guarujá e empresa, que explora o serviço há 15 anos, termina em 12 de junho.


            A Administração confirmou que não prorrogará o compromisso com a Translitoral. Porém, ainda não abriu licitação para o serviço de transporte coletivo. Em nota enviada à imprensa, alegou que a concorrência será aberta assim que estiverem “concluídos os estudos e levantamentos necessários à nova modelagem do transporte público municipal”.

Também não foi elaborado o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, documento que deveria ter sido finalizado no mês passado e que traz diretrizes a serem adotadas na futura licitação. “A contratação de consultoria especializada em planejamento urbano e engenharia de transportes está prevista  para o início de maio, quando será realizada a sessão de abertura dos envelopes dos participantes da licitação”.

Recomendação

Havia a possibilidade de que o contrato fosse prorrogado por mais 15 anos. Porém, se isso acontecesse, a Prefeitura desobedeceria a uma recomendação feita pelo promotor de Defesa do Patrimônio Público de Guarujá, Gabriel Rodrigues Alves, em 23 de fevereiro.

Alves afirma que a concessão foi feita em uma realidade muito diferente da atual, cujo regime tarifário já foi apontado como prejudicial  ao usuário em ação na Justiça.

Diz, ainda, que a eventual prorrogação contrariaria as necessidades do transporte público e o próprio interesse da população, e que representaria possível violação dos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, podendo resultar em responsabilização por ato de improbidade.

Essa recomendação foi emitida com base em um inquérito civil que investiga possíveis irregularidades no transporte. Ela foi feita três dias depois de o promotor ouvir, da diretora de Trânsito e Transporte de Guarujá, Quetlin Scalioni,  que a Prefeitura talvez tivesse que prorrogar o contrato caso a nova concessão não fosse feita a tempo, mesmo sabendo que o sistema atual não atende às necessidades do Município e do interesse público.

Vereadores

A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara vem acompanhando de perto essa situação. No final do ano passado, vereadores aprovaram um relatório da comissão apontando supostas falhas no cumprimento do contrato (veja destaque).

O relatório surgiu de denúncias dos Munícipes João Moya e Cláudio Rodrigues, idealizadores  da Rede de Transporte de Guarujá (RTG).

Na segunda-feira, o assunto voltou a tona na Câmara. Quetlin e o presidente da comissão da RTG, o vice-prefeito Duíno Verri Fernandes (PSC), foram  ouvidos pela comissão de fiscalização. “A Prefeitura não respondeu o que pretende fazer diante do término iminente do contrato”, disse o vereador Edilson Dias (PT), relator da comissão.

Ele foi autor de uma lei, aprovada em 2014, acabando com prorrogação da concessão por 15 anos – suspensa por liminar requerida pela Prefeitura.

Ontem, Dias propôs emenda à Lei Orgânica para obrigar o Governo a contratar mais de uma empresa de transporte coletivo.



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