Cerca de 30 famílias que residem em submoradias
no final da Praia do Perequê, numa região localizada dentro da mata do Parque
Estadual Chico Mendes (área de preservação ambiental), têm até dez dias para
deixar a área. A reintegração de posse chegou ao conhecimento dos moradores
daquele espaço nesta sexta-feira. Porém, muitos alegam não ter para onde
ir.
Este é o caso do motorista Josuel Guedes, de 38 anos, que morava na Vila Edna,
em Guarujá, quando há cerca de três meses adquiriu um terreno por R$ 2 mil no
Parque Estadual. Com aproximadamente R$ 6 mil e a ajuda de amigos, conseguiu
montar um barraco no local.
Na manhã desta sexta-feira, ele estava trabalhando quando recebeu o telefonema
de uma vizinha para informá-lo de que seu barraco seria demolido. Ele foi o
mais rápido que pôde até o local e viu que, na verdade, derrubaram apenas a
cerca da residência. Entretanto, recebeu uma notificação para que termine
a demolição, recolha os entulhos e saia do local em até 10 dias.
“Não tenho para onde ir. Não é possível sair assim na pressa de uma casa”,
disse ele, que vive no local com a esposa e duas filhas.
"Fomos pegos de surpresa", desabafa a desempregada Shelsear Enidio de
Novaes, de 34 anos, que também alega não ter para onde ir. Segundo ela, que
veio de Brasília há um ano e mora na área com três filhos, a Prefeitura não
notificou sobre operação que iniciou-se nesta manhã. Além disso, a desalojada
disse que não sabe o que fazer, já que não sabe se receberá auxílio da
Administração Pública.
A ação de contenção de invasões foi realizada pela Prefeitura em cumprimento a
um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público
Estadual (MPE). O documento visa combater as ocupações irregulares. Guarujá tem
aproximadamente 1/3 de sua população, composta por aproximadamente 300 mil
pessoas no total, vivendo em áreas irregulares.
Além de algumas cercas, dois barracos que estavam fechados foram demolidos. As
famílias notificadas afirmam que vão recorrer a um advogado para evitar a
derrubada de suas casas. "Não temos para onde ir. O que faremos em 10
dias?", disse Simone Carla da Silva, de 24 anos. Ela mora no local há
cerca de 1 ano.
"Pagava R$ 300,00 de aluguel e soube desse lugar. Meu marido ficou
desempregado e com o dinheiro da rescisão construímos um barraco."
Alguns dos moradores já avisaram que, se houver demolição, voltarão a construir
no local. Segundo a Prefeitura, caso não haja acordo, a situação será
encaminhada para o Ministério Público.(Foto: Alexsander Ferraz/ AT On Line)
1 comentários:
Difícil essa situação....na verdade acho que se a prefeitura não quisesse ninguém lá, não deixaria nem começar a construir mais muitas famílias gastaram seus últimos recursos pra construir seus barracos.....e agora???? será que não tem como abrigar essas pessoas até se arrumarem????eu sinceramente tem coisas que não dá pra acreditar como a insensibilidade do governo!!!!
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