quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Usuários das travessias questionam segurança das barcas. Algumas em operação há mais de 40 anos.


A colisão com uma catraia, seguida de uma pane, incidentes ocorridos em menos de 12 horas envolvendo a lancha Paicará, da travessia de pedestres entre Vicente de Carvalho, em Guarujá, e o Centro de Santos, fizeram com que as pessoas que utilizam, diariamente, o serviço do Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), mais uma vez, questionassem a segurança do equipamento. Nas redes sociais, internautas afirmam ter receio de utilizar a embarcação e, muitos, pedem para que seja "aposentada". 

Apesar disso, Marinha do Brasil, por meio do Certificado de Segurança de Navegação (CSN),e a própria Dersa garantem que a barca possui condições seguras para operar, não oferecendo, portanto, riscos aos passageiros e às outras embarcações que trafegam pelo Canal do Estuário 24 horas por dia. Mesmo assim, a promessa do Governo é de que ela pare só 2014, quando deverá passar por uma longa reforma, que integra o plano de modernização das travessias e, então, renovar os documentos marítimos. 


De um jeito ou de outro, o certo é que a Dersa não retirará de operação a Paicará, que está na travessia desde 1972 (a segunda mais antiga da frota, ficando atrás apenas da lancha Adhemar de Barros, de 1963). "A cada quatro anos (a embarcação) passa por reformas gerais para deixá-la em condições adequadas e seguras para navegação. A emissão do certificado pela Marinha é sempre precedida de vistorias periódicas que comprovam as condições técnicas de navegabilidade e de segurança", informa, por meio de nota oficial. 


A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), confirma a informação de que a documentação da barca estava em dia. "Não havia pendências. Mesmo assim, uma nova vistoria foi realizada para garantir que tudo estava em ordem. Mas somente o inquérito (aberto pela colisão de segunda-feira) esclarecerá todos os detalhes pelas investigações", afirma o capitão dos Portos de São Paulo, o capitão de mar-e-guerra Marcelo Ribeiro de Souza, que coordena os trabalhos. 


Frota da Dersa

A travessia entre Vicente de Carvalho, em Guarujá, e o Centro de Santos possui, atualmente, sete embarcações em funcionamento. A mais antiga, a Adhemar de Barros, foi incorporada à frota da Dersa em 1963. Quase dez anos depois, a Paicará, em 1972, entrou em operação. A primeira, tem capacidade para 579 passageiros e, a segunda, para 728. Juntas, elas conseguem transportar mais pessoas do que o total das outras cinco embarcações, inclusive as duas novas catamarãs. 

Além delas, desde 1979, a lancha Piaçaguera transporta 190 pessoas. Já em 1982, as barcas Itapema e Canéu complementram o serviço, ampliando capacidade para mais 185 e 190 passageiros, respectivamente. Quase 35 anos depois, foram incorporadas as novas Menina da Praia (LS-01) e Sereia (LS-02), cada uma com 370 lugares. As duas últimas são as mais modernas, com ar climatizado, televisão digital e poltronas estofadas. 

No entanto, até 2014, todas as antigas, com exceção da Adhemar de Barros, cuja documentação é válida até 2015, deverão ser reformadas. Isso em razão do CNS, que vencerá no próximo ano. Segundo o Governo do Estado, serão investidos mais de R$ 210 milhões na revitalização das embarcações existentes, com a troca de motores, equipamentos de navegação e a instalação sistemas informatizados de controle de tráfego. 

Até dezembro, porém, a promessa é de outros dois novos catamarãs já estejam em operação. (Com informações de A Tribuna On-Line/Foto: Irandy Ribas)


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