Não foi por um simples acaso que, nesta semana, o
bicho-preguiça que vive no Morro da Glória desceu pelo Viaduto
Floriberto Mariano e se instalou em um poste da via pública, dando
trabalho aos bombeiros que o recolheram e o devolveram ao seu habitat
natural.
A preguiça anda se esgueirando demais por estas
plagas, enquanto nossas deficiências se avolumam. Os projetos políticos
em gestação, com raras exceções, são frutos de ambições pessoais e não
refletem as prioridades rotineiras ou sequer de longo prazo, da
população de Guarujá e do distrito de Vicente de Carvalho.
A preguiça é prima em primeiro grau do atraso
social e econômico da cidade. Os índices de educação, saúde e emprego
nos mostram, periodicamente, que temos uma longa estrada a trilhar, se
quisermos igualar o potencial de nossa cidade com as nossas necessidades
reais.
E as estatísticas, a esta altura dos
acontecimentos, são o que menos importa, pois o dia a dia já se
encarrega de nos mostrar os efeitos cruéis desta realidade. O crime anda
solto pela cidade, já não se esconde em vielas ou ruas escuras. As
balas perdidas, vez ou outra, encontram seu destino. Trágico destino.
Não se cuida da preguiça com pressa. É preciso
paciência, sabedoria e bom senso. Enquanto alguns têm preguiça de pensar
e se acotovelam, em torno do debate precoce sobre uma longínqua
sucessão, outros se acomodam em casa, achando que tudo irá ser
resolvido, com a sua participação ou não. Convenhamos, a cidade tem
problemas demais para tanta preguiça.
Valdir Dias
Jornalista
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