O governador Geraldo Alckmin entregou nesta
terça-feira (3), ao prefeito Paulo Barbosa, de Santos, e à prefeita Maria
Antonieta de Brito, de Guarujá, o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de
Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima) para a construção do túnel submerso ligando
os dois municípios. Durante o evento, também foi apresentado o traçado
definitivo do túnel e as intervenções viárias que serão feitas nas duas
cidades.
“Hoje é um dia extremamente marcante para a
engenharia nacional e um sonho para a Região Metropolitana de Santos, a ligação
seca entre Santos e Guarujá”, afirmou o governador. “Uma ligação de 43 km fica
reduzida a um túnel e uma travessia em um minuto e 40 segundos. Então, é
qualidade de vida para os moradores da Baixada Santista", completou
Alckmin.
O túnel permitirá a articulação do transporte entre
os dois municípios, reduzirá o tempo de circulação de veículos, eliminará
gargalos no trânsito das duas cidades e contribuirá para a diminuição do
consumo de combustíveis e a emissão de gases poluentes. Inovação e
sustentabilidade são as grandes características do projeto.
A DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A, que será
responsável pelo gerenciamento da obra, depositou o EIA/Rima na Cetesb no dia
28 de agosto e a expectativa é de que a licença prévia seja emitida até março
de 2014 e a licença de instalação em julho de 2014, o que permitirá o início
imediato das obras, que tem 44 meses para entrega ao tráfego.
Atualmente, a ligação entre Santos e Guarujá é
feita pela rodovia Cônego Domenico Rangoni (SP 055), com 43 km de extensão, e
pelas balsas das Travessias Litorâneas da DERSA. Com o túnel submerso, o
trajeto será percorrido em pouco mais de um minuto, superando filas de espera
na balsa e o longo percurso rodoviário.
Projeto
O túnel será composto de seis módulos de concreto
pré-moldado, que serão construídos em uma doca seca localizada no Guarujá. Após
finalizados, serão rebocados flutuando até o local onde serão submersos. Após a
imersão, cada elemento é encaixado e fixado aos anteriores, formando o túnel. O
projeto, que vem sendo conduzido por um consórcio 100% nacional, conta também
com consultoria da empresa holandesa Haskoning Nederland B.V., responsável por
projetos similares em vários países, e permitirá a transferência da tecnologia
para os técnicos brasileiros.
O túnel terá 762 metros de extensão, 950 metros de
rampas e cerca de 4,5 km de obras viárias em superfície e em viadutos. Quando
pronto, interligará os bairros de Macuco, em Santos, e Vicente de Carvalho, em
Guarujá.
O orçamento total do empreendimento é de R$ 2,4
bilhões, sendo R$ 962 milhões para as obras do túnel; R$ 506 milhões para as
obras viárias em Santos; R$ 532 milhões no viário do Guarujá; R$ 362 milhões
para desapropriações e reassentamentos; R$ 78 milhões para projetos e R$ 15
milhões para compensações ambientais.
A escolha do túnel já havia sido anunciada pelo
governador Geraldo Alckmin após um extensivo estudo de alternativas conduzido
pela DERSA (2011). O local selecionado para a travessia seca demonstrou ser
aquele que gerava o maior número de benefícios conjuntos para atender as
demandas de automóveis, caminhões, bicicletas e pedestres.
Benefícios
Com a nova ligação seca, deixarão de ser percorridos
nos deslocamentos entre os dois municípios 25 milhões de km/ano por veículos de
transporte de carga e 20 milhões de km/ano por carros de passeio.
Haverá uma
economia de 2,5 milhões de horas/ano gastas no trânsito. O ganho ambiental é
representado pela redução de 72 toneladas/ano nas emissões de monóxido de
carbono e 3,2 toneladas/ano de material particulado. Haverá também diminuição
de 18,4 mil toneladas/ano de dióxido de carbono lançado na atmosfera.
Com faixas para veículos e espaço exclusivo e fechado
para bicicletas e pedestres, o projeto também permitirá a passagem do VLT
quando o projeto for concluído e dará acesso ao futuro aeroporto metropolitano
e ao terminal rodoviário de Vicente de Carvalho.
O túnel submerso oferece uma grande contribuição à
mobilidade urbana, refletindo-se significativamente na melhoria das condições
de deslocamento de trabalhadores entre Santos (região de atração de empregos) e
Vicente de Carvalho (centro de fornecimento de mão-de-obra) e com efeitos
positivos para a mobilidade em toda a Região Metropolitana da Baixada Santista.
A demanda atual na movimentação entre as áreas mais
imediatas das duas margens do canal, em dias úteis, supera 40 mil pessoas e a
movimentação de caminhões chega a 1.900 veículos por dia.
Próximos passos
A DERSA abrirá, no dia 16 de setembro, duas
centrais de relacionamento (uma em Santos e outra em Guarujá) para prestar
informações à população, disponibilizar consultas ao EIA/Rima e ao traçado do
projeto. Ainda em 2013, duas audiências públicas (uma em cada município) serão
marcadas pelo CONSEMA para discutir o licenciamento ambiental. A previsão do
início das obras é julho de 2014. (Com informações do DL)
1 comentários:
Só acredito, quando ficar pronto!
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