sábado, 10 de agosto de 2013

OPINIÃO: O que 2014 nos reserva? (Clara Gurgel)

As eleições de 2014 serão as primeiras pós-manifestações e a expectativa de como os movimentos que levaram milhões de brasileiros às ruas, mostrando uma insatisfação latente há décadas, refletirão no resultado das urnas é grande. Até porque a massa disforme e heterogênea que bradou por melhores condições nas áreas de Saúde, Educação, Segurança e, sobretudo, transparência no que condiz a utilização do dinheiro público, não se sente representada pela classe política que, em tese, é quem deveria representá-la.

Aos políticos, aqueles que não acreditarem no arrefecimento dos clamores populares até as eleições, cabe uma reflexão: como lidar com essa nova política subsidiada pelo forte apelo popular? Como engajar a consistência do que vimos nas ruas à política partidária? Ou deveria ser o contrário, a política partidária é quem deveria reformar-se e abrir espaço aos novos caminhos ditados pelas pessoas comuns que, hoje, se manifestam e mobilizam via redes sociais? Como atrair essas pessoas que, notoriamente, têm certa resistência às lideranças? Como atrair esse novo ator político, o manifestante, para que ele participe, quiçá até mesmo se transforme em nova liderança política, renovando os já tão "carregados" ares do Legislativo e Executivo? Sem cair no lugar comum de que "nenhum político atualmente é digno de crédito", até porque seria leviano com quem ainda acredita e luta por uma política mais genuína e menos pragmática, mais voltada para o social e menos para o "partidarismo", fato é que precisamos repensar, com urgência, a nossa estrutura política atual, tentando incorporar as novidades oriundas de movimentos populares consolidados e, principalmente, repensar o modelo de administração da máquina pública. Os sinais de saturamento são claros e propiciam a corrupção, o desvio de verbas, o favorecimento pessoal, onde a TRANSPARÊNCIA deveria ser a tônica, questão primordial para quem recebe a confiança e a responsabilidade de ocupar um cargo público.

De qualquer forma, o desafio está lançado. E que o eleitor fique atento aos que quiserem capitalizar em cima dos acontecimentos recentes. Espero, sinceramente, que a “coletiva” tomada de consciência ocorrida esse ano reflita de forma efetiva e positiva no resultado das eleições de 2014.


Cabe lembrar que, enquanto a reforma política não chega, o voto consciente e politizado ainda é uma boa ferramenta de participação política e, como tal, deve ser valorizado. Aguardemos, pois!





Clara Gurgel

0 comentários:

Postar um comentário