Ao lançar a pedra fundamental para a construção do tão esperado
Píer do Perequê, em outubro de 2010, a prefeita Maria Antonieta de Brito pediu
o auxílio da população na fiscalização da obra.
“Preciso que vocês me ajudem, acompanhando os trabalhos, na
prestação de contas com o Município. O Perequê, em geral, sempre foi deixado de
lado, e no meu governo isso não vai acontecer”, disse ela na ocasião.
Passados quase 3 anos desde então, a população fez o que a
prefeita pediu. Mas o Executivo Municipal ainda não cumpriu a sua parte. A
estrutura prevista pra ser entregue em maio de 2011, está paralisada há mais de
dois anos.
E o que a realização de um sonhos de pelo menos quatro
décadas para pescadores do Perequê hoje é motivo de raiva, “Já pensamos em
amarrar cordas nesse píer e sair puxando para ver se quebra de vez. Isso é uma
vergonha. Além de não estar acabado ainda fica no meio da praia atrapalhando as
pessoas”, dizem tom de desabafo, o pescador Neraldo Silva de Souza.
Ele esteve presente ao lançamento da pedra fundamental da
obra, em outubro de 2010, e lembra com indignação de como se sentiu naquela
época. “Eu bati palmas para aquilo, achando que o Perequê finalmente teria vez.
Mas me sinto enganado”.
Perigos
Segundo os pescadores, o local está pondo em risco pessoas
que utilizam a estrutura como trampolim para saltos no mar. “A filha de um
pescador pulou dali e quebrou um fêmur. Hoje ela não consegue andar direito”,
conta o pescador Waldomiro dos Santos.
Outra denúncia: a
estrutura vem sendo utilizada à noite por usuários de drogas. “Eles ficam
escondidos embaixo dos pilares, ou as vezes, em cima mesmo, sem se importarem
de ser vistos”.
Situação
Os pilares da obra estão bastante deteriorados, alguns até
tortos. Ao lado da estrutura inacabada está, em uma pequena pilha, parte do
material que deveria ser usado na construção. Não há mais nenhuma placa de obra
ou sinal de que haverá a continuidade da estrutura.
Durante a campanha para o segundo turno das eleições, em
outubro do ano passado, a prefeita chegou a anunciar que a obra seria retomada
ainda naquele mês, mas nada foi feito.
Obra
O píer público nasceu com a promessa de beneficiar
aproximadamente 2 mil pescadores que se utilizam o local. Sem atracadouro, a
única forma de se transportar o pescado para a areia, é por uma chatinha
(espécie de canoa a remo).
Devido às dificuldades cada vez maiores em se conseguir
pescado, praticamente metade dos pescadores estão vivendo do turismo. Eles
pegam os visitantes e os levam para passeios no mar ou pesca esportiva.
Respostas
A assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal informa
que aguarda “reprogramação de e cronograma pela prefeitura”, feita em conjunto
com a área técnica do banco, para a retomada da obra e a liberação da verba.
Em nota, a prefeitura afirma que, devido a ressacas e as oscilações
de marés, o trabalho foi prejudicado, e que a Caixa “não aprovou a planilha de
preço da concorrência (para os serviços), exigindo que os valores fossem
adequados”. Assim que se estabelecer uma
planilha em comum, a prefeitura lançará nova concorrência para o término da
obra.
Valores
O valor previsto para a obra era de R$ 2,3 milhões, sendo R$
1 milhão do ministério do turismo, através da caixa econômica federal, e R$1,3
milhão da própria prefeitura. O projeto foi licitado inicialmente por R$1
milhão, porém, nenhuma empresa se interessou pela obra, e a concorrência
pública ficou esvaziada. Por isso, o projeto foi reajustado para o valor atual.
Ação Popular
A construção do Píer do Perequê chegou a ser alvo de uma Ação
Popular pedindo sua paralisação por problemas de ordem técnica, o grande
problema é que a prefeitura estaria descumprindo o Relatório Ambiental
Preliminar (RAP) que antecedeu a obra, construindo-a na altura do calçadão,
quando deveria iniciá-la a 50 centímetros acima, ressaltando que obedeceu o
RAP. Mesmo Assim, diante dos questionamentos, o nível do píer foi erguido 75
centímetros a partir do meio da estrutura. (com informações de A Tribuna)
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