Um tenente, um cabo e dois soldados das Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foram presos na manhã de sexta-feira
acusados de executar a tiros um homem em Guarujá e simular suposto confronto,
deixando armas e drogas próximo ao corpo da vítima.
O primeiro-tenente Theo Santos de Souza, de 34 anos, o cabo Renato Moreira
Júnior, de 37, e os soldados Marcos Paulo Neri Miranda, de 38, e Cleber
Alessandro Rodrigues, de 39, são os acusados e foram levados ao Presídio
Militar Romão Gomes, na Capital.
O crime ocorreu no dia 7. Naquela ocasião, segundo os policiais militares, a
vítima e mais dois homens, que fugiram, os receberam a tiros no final da
Travessa Santo Antônio, próximo à maré, no Sítio Conceiçãozinha, em Vicente de
Carvalho.
Um inquérito foi instaurado no 1º DP de Guarujá para identificar a dupla, que
teria abandonado na fuga quatro tijolos de cocaína pesando quatro quilos, 175
cápsulas dessa droga, 348 porções de maconha, 38 cigarros da erva, uma pistola
calibre ponto 40 e um revólver 32.
Porém, no decorrer das investigações, novas informações “evidenciaram que os
policiais militares faltaram com a verdade quando da apresentação dos fatos”,
conforme destacou o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior.
Abordagem
Os depoimentos de três testemunhas, cujas identidades são mantidas em sigilo
por questões de segurança, revelaram que Gualtiero de Oliveira, de 35 anos, foi
abordado pelos policiais da Rota em local diverso de onde supostamente houve o
tiroteio.
Com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar, Lara constatou que o percurso
feito pela viatura dos acusados coincide com o relato das testemunhas. Ele
requereu a prisão temporária dos patrulheiros da Rota na quinta-feira.
Nessa mesma data, o promotor Bruno de Moura Campos opinou pelo deferimento do
pedido e a juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal de Guarujá,
decretou a prisão dos policiais por 30 dias. Esse prazo pode ser prorrogado por
mais 30.
As ordens de captura foram cumpridas pela Corregedoria da PM, no início da
manhã de ontem, no 1º Batalhão de Policiamento de Choque, Zona Norte de São
Paulo, no momento em que os acusados se apresentavam para mais uma jornada de
trabalho.
Gualberto possui condenações por roubos cometidos em cidades do Interior, como
Jundiaí, Vinhedo, Itatiba, Campinas e Itaquaquecetuba. As investigações
apuraram que, no momento da abordagem, ele portava cerca de 20 pequenas porções
de maconha.
O entorpecente estava em uma bolsinha roxa, achada com as outras drogas e armas
que os policiais disseram apreender perto do corpo de Gualberto. Entre os
tóxicos, havia porções de maconha que aparentam serem as mesmas que ele
efetivamente portava. (Eduardo Velozo Fuccia/AT On-Line)
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