Eles chegaram meio
tímidos, curiosos talvez. Para muitos era a primeira vez, com certeza. O
megafone, única peça mais sofisticada a que tiveram acesso, não funcionou. E
quem disse que precisou? Foi no gogó e cartazes feitos a mão mesmo. Nada
desanimou os rostos juvenis entusiasmados, empoderados em causa própria: salvar
o próprio Ensino, quiçá o futuro, das mãos de um governo tirano e
inescrupuloso, desconhecedor dos problemas da população, a quem deveria servir,
e bem. A caminhada começa. Cartazes, faixas, apitos contagiam e incendeiam a
Avenida Thiago Ferreira: "estudante na rua, Geraldo a culpa é sua!"
Nessa hora penso na inocência desses jovens altaneiros. Culpa é coisa só de
quem tem consciência, sensibilidade, que se coloca no lugar do outro. Para quem
não faz esse exercício humanista nada há de importar, nem mesmo os milhares de
jovens que verão ainda mais restrito, um de nossos direitos básicos garantidos
pela Constituição Brasileira, que é o direito à Educação. Sinto informar,
Excelentíssimo Senhor Governador Geraldo Alckmin, "a garotada" tomou
mais que às ruas, tomou gosto, tomou rumo, caminho sem volta. Na minha
adolescência ouvia muito a expressão: não confie em ninguém com mais de trinta,
mas, "de boas", se eu fosse o Senhor pararia para ouvi-los e atender
aos seus anseios. Quem avisa amigo é. E quem ouve mico não paga! #ficaadica E
que venha a próxima! Saudações efusivas a todos os professores que, apesar de
todas as adversidades, acreditaram na possibilidade de realizar a manifestação
e incentivaram os alunos a participar. Atitude continua fazendo a diferença!
Clara Gurgel
Clara Gurgel
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