Sujeira, insegurança e péssimas
condições de uso. Essas foram algumas das reclamações apontadas por quem faz a
travessia entre Vicente de Carvalho e Santos nas embarcações antigas, principalmente
na barca "Itapema". Umas das queixas apontadas é a rampa
de acesso à embarcação. Com altura de um pouco menos de um metro, o local serve
de "banco" para os usuários que não encontram lugar, sentarem.
Sem qualquer tipo de bloqueio, os degraus expõem os passageiros a uma
possível queda no mar. Quem pega a barca diariamente, garante que não há
qualquer tipo de fiscalização dos funcionários para que retirem as pessoas dessa
área.
Além disso, a falta de limpeza, como
o chão sujo e interior da embarcação tomado pela ferrugem, é outro ponto
apontado pelos usuários. "Já vi até mesmo baratas andando perto das
janelas em uma ocasião", relata Lucivânia Santos, professora das redes
municipais de ensino de Santos e Guarujá.
A docente, de 39 anos, faz o
trajeto de segunda à sexta para chegar às escolas que trabalha e ainda diz que
apelidou a embarcação de "lata flutuante" devido ao
péssimo estado de conservação e limpeza. "Se estou sem pressa, evito
pegar essa barca e espero a chegada de um dos novos modelos", declara a
professora.
Calor
Os usuários também reclamam do forte
calor que passam em dias mais quentes. Na hora do aperto, jornais e papéis
viram abanadores para poder suportar as altas temperaturas. Por muitas
vezes, alguns até preferem se arriscar ao sentar na rampa de acesso, o que é
proibido, na tentativa de pegar uma brisa.
Esses problemas ficam ainda mais notórios quando a barca é comparada às novas
lanchas de fibras que começaram a circular em abril do ano passado.
Totalmente fechadas ao exterior, limpas e ainda equipadas com
ar-condicionado e sistema interno de televisão, elas acabam correspondendo às
expectativas dos usuários. Entretanto, apesar da enorme diferença de
conforto e segurança entre os dois modelos, a tarifa de viagem é a mesma: R$
1,15.
Resposta
Segundo a Dersa, empresa que administra a travessia, o valor não pode ser
alterado já que tarifa é cobrada pelo serviço prestado e as lanchas antigas são
usadas apenas como contingência no caso de manutenção dos outros modelos.
A empresa declara que a embarcação
"Itapema" só funciona com maior frequência durante o período da
madrugada, quando não há um grande fluxo de passageiros. No entanto, a
Reportagem apurou que a barca é utilizada diversas vezes durante o dia,
inclusive em horários de pico como horário das 17h até as 18h, em que
estudantes seguem até as universidades de Santos e trabalhadores voltam de seus
expedientes nas duas cidades.Para aqueles que esperam uma substituição total da
frota, contando apenas com os novos modelos, más notícias. Os planos para o
futuro das setes embarcações disponíveis para a travessia é de que três ainda
serão antigas.
Sobre as condições de segurança, a
Dersa afirma que há placas informativas e faixa de segurança sinalizada
no chão que alertam sobre o perigo de permanecer na rampa de acesso durante a
viagem. Ainda segundo a empresa, não há conhecimento sobre casos de queda no
mar. Já a limpeza do local ocorre regulamente no momento em que elas são
retiradas do tráfego, com exceções nos horários de pico.
A empresa declara ainda que todas as embarcações em operação possuem o
Certificado de Segurança de Navegação (CSN) vigente, emitido pela autoridade
marítima, que atesta que ela apresenta plenas condições operacionais para
navegação". (A Tribuna On-line)
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