A hipótese de o governo estadual incluir o
futuro Aeroporto de Guarujá no plano de desestatização de aeródromos regionais
paulistas pode adiar em até dois anos o início de sua operação comercial. Assim
dizem especialistas do setor aeroviário e da administração pública. Isso se
deve ao risco de o projeto finalizado voltar à estaca zero nas rodadas técnicas
de debates sugeridas pelo Palácio dos Bandeirantes.
O
entrave surge após a prefeitura afirmar ter finalizado o edital para concessão
do equipamento à iniciativa privada, cuja publicação deveria ocorrer nos
próximos dias. Era previsto que os primeiros voos comerciais no aeroporto
construído na Base Aérea de Santos, em Vicente de Carvalho, ocorressem na
próxima temporada de verão.
A
inclusão do equipamento regional no pacote de desestatização, com outras 22
áreas estaduais a serem leiloadas à iniciativa privada, foi debatida nesta
semana, em reunião entre representantes da Secretaria Estadual de Logística e
Transportes, do Departamento Aeroviário do Estado (Daesp) e da Prefeitura de
Guarujá. Estes órgãos buscarão
alternativas, antes que o município lance seu edital.
O
plano de desestatização foi apresentado em fevereiro pelo governador João Doria
(PSDB), junto com um pacote de incentivos ao setor aeroviário. Em
contrapartida, as companhias aéreas definirão 70 novas rotas, seis delas para
cidades paulistas não atendidas por aviação comercial, como Guarujá.
Uma
empresa norte-americana foi contratada pelo estado para projetar a modelagem
econômica do programa de concessão de aeroportos regionais. Os trabalhos já
foram iniciados com visitas técnicas em aeródromos do Interior, ainda sem
previsão de término.
Segundo
informa o Daesp, por meio de nota, o levantamento levará em conta o perfil
econômico de cada unidade e município, “respeitando vocações regionais,
infraestrutura adequada e potencial de negócios”.
Aporte do estado
O
complexo de Guarujá foi cogitado para fazer parte do pacote de desestatização,
pois há interesse de empresas do setor e proximidade com a Grande São Paulo – o
espaço é apontado para desafogar Cumbica e Congonhas. Uma reunião de técnicos
estaduais e municipais deverá ocorrer, nos próximos dias, na sede do Daesp, na
Capital.
“A
ideia é somar forças, buscar uma sinergia. Precisamos do aporte do estado para
obras, como as de acessos viários [ao aeroporto]”, diz o secretário de
Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, Alexandre Trombelli. “O que
muda [com a inclusão no plano estadual de concessão] é a questão de tempo”.
No
encontro, porém, Trombelli pretende mostrar que o projeto da prefeitura está
pronto e já tem modelagem econômica.
“A
construção do aeródromo é nossa principal perspectiva”, cita o tenente-coronel-aviador
Francisco José Formággio, comandante da Base Aérea de Santos, que sexta-feira
(17) recebeu a deputada federal Rosana Valle (PSB) para uma visita técnica
agendada no mês passado. A deputada pretende convocar uma reunião com
representantes do Estado para debater o futuro do complexo de Guarujá.
Em
nota, o Daesp informa que a discussão iniciada com a prefeitura busca
“maximizar a sinergia dos projetos” e “para o desenvolvimento de suas regiões e
sociedade”. O órgão afirma atuar para “unir forças e ampliar a conectividade
aérea do interior do estado com outras regiões do Brasil. Dessa forma,
contribuir para o crescimento econômico regional e para o desenvolvimento do
país”.
Anuência prévia
No dia 15 de abril, o Ministério da
Infraestrutura autorizou a Prefeitura de Guarujá a conceder à iniciativa
privada o Aeroporto Civil Metropolitano. A anuência prévia permite ao
município selecionar empresas privadas para explorar o aeroporto por 28 anos,
em uma área de 55 mil metros quadrados da Base Aérea de Santos. (Com
informações de A Tribuna/Foto: Pedro Resende)
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