Jorge Willian dos
Santos, de 24 anos, sofreu um mal súbito na rua e morreu à espera de
atendimento em Vicente de Carvalho. Ele aguardou mais de 50 minutos pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) antes de ser levado até um
pronto-socorro em um carro particular. O pior: estava próximo de uma unidade de
saúde onde havia uma ambulância parada.
O fato
ocorreu na última quarta-feira (20), quando ele caminhava pela Rua Capitão
Lessa, no Parque Estuário, e caiu na calçada após sentir-se mal. O Samu foi
acionado, mas depois de 20 minutos, como o serviço não chegava, um conhecido
foi de moto até a UPA São João, que fica pouco mais de um quilômetro distante,
para pedir socorro.
“Em
menos de três minutos ele chegou ao pronto-socorro. Ali tinha uma ambulância
parada, mas ele foi informado de que ela não poderia sair dali e que só o Samu
poderia atender a ocorrência”, disse ontem, durante o velório, o pai de
Willian, Jorge Amâncio dos Santos, que estava indignado.
Segundo
Amâncio, 40 minutos ainda se passaram sem atendimento. “Nisso, uma moça passou
na porta da minha casa e disse que meu filho estava caído na calçada. Eu já
pressenti que alguma coisa ruim tinha acontecido. Cheguei, e meu filho já
estava sem vida. Decidi colocar ele no carro e levei até a UPA São João com a
esperança que pudessem ressuscitá-lo, mas já era tarde”.
Depois,
Amâncio soube que a ambulância só apareceu no local 50 minutos depois. “A saúde
no Guarujá está um caos, está em colapso”. Willian tinha feito uma cirurgia de
coração aos 5 anos e fazia acompanhamento frequente. Nos últimos dias, teria se
queixado de cansaço ao subir escadas.
“Creio
que, se meu filho tivesse recebido atendimento, poderia ter tido uma chance de
sobreviver. Houve negligência por parte da Secretaria de Saúde de Guarujá”,
acusa.
Ele
trabalhava com o pai em uma empresa de locução publicitária e deixa mulher e
dois filhos, de 5 anos e 3 meses.
Prefeitura
A
Prefeitura de Guarujá informou que a central de regulação para atendimento do
Samu fica em Santos. A Secretaria de Saúde apura o chamado e o atendimento.
“A
ambulância municipal que estava na unidade atendia a remoção de um paciente
para internação. Esse tipo de veículo só está apto para esse tipo de transporte
e não ao atendimento de urgência, como o Samu”, informou, em nota. “(...) Todos
os fatos ocorridos em relação ao atendimento ao paciente estão sendo apurados”.
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