“Tenho dinheiro para
começar a obra. O que não tenho, hoje, é a garantia de que terei para
terminar”. As palavras são do presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço.
Ao que tudo indica, o túnel submerso ligando Santos e Guarujá ainda é um
objetivo distante de ser alcançado pelo Estado.
O projeto da ligação
seca entre as duas cidades não sairá do papel enquanto o Estado não tiver
autorização da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para ampliar seu
endividamento em R$ 7 bilhões. Nesse montante, está incluso R$ 1,3 bilhão
necessários para a obra.
A STN confirma que
recebeu pedido do Estado para autorizar a ampliação da dívida em R$ 7 bilhões.
“A liberação desse pedido está atrelada à análise técnica e à autorização
superior da inclusão de operações de crédito na Revisão do Programa de
Reestruturação e Ajuste Fiscal”, diz o órgão.
Em outras palavras,
significa que a liberação do dinheiro está na pendência de análise do Governo
Federal, que neste momento faz contingenciamento de recursos em razão da crise
econômica.
O investimento total
previsto para o túnel é de R$ 3,2 bilhões, a serem cobertos com financiamento
de R$ 2,3 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e aporte de R$ 900 milhões do Estado.
O BNDES já liberou R$
938 milhões, faltando o montante de R$ 1,3 bilhão que o Estado pleiteia para
complementar a verba. Por ora, Lourenço pretende não republicar o edital de
licitação, questionado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em janeiro deste
ano.
“Não se sabe quando vai
haver essa liberação (da verba). Aguardamos o avanço dessa situação e uma
sinalização do Governo Federal, para poder programar a publicação”, ressalta o
presidente da Dersa.
Ele prefere não fazer
previsões de quando o projeto do túnel deve ter andamento. “A situação federal
ainda é muito incerta. Nós tivemos um momento não só de crise econômica, como
também de crise política. Acho que qualquer previsão agora é muito prematura”.
Novo edital
O TCE mandou paralisar a
licitação da obra do túnel submerso em 30 de janeiro deste ano, sob alegação de
“afastar possíveis improbidades” presentes no edital. Analisados os documentos,
o órgão determinou que a Dersa corrigisse o edital para abrir nova licitação.
Na decisão, assinada
pelo conselheiro Dimas Eduardo Ramalho, o TCE aponta 24 falhas contidas no
primeiro edital da obra e pede para que elas sejam retificadas em uma nova
versão.
Atualmente, a Dersa
realiza a revisão e detalhamento do conteúdo do projeto de engenharia do túnel
submerso, conforme explica. “Este trabalho compreende a execução de ajustes nos
projetos de escavação das paredes diafragma e nas fundações e escoramento da
doca seca”, detalhas os ajustes.
1 comentários:
É já sei, na próxima eleições tem mais uma vez a velha promessa que rende votos certos, igual a seca no nordeste...
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