Com uma fratura na
costela há mais de dois meses, o motorista Valmir Teles dos Santos, morador de
Vicente de Carvalho, tinha uma consulta marcada nesta segunda-feira (3) no
ambulatório de ortopedia do Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá, para dar
andamento ao tratamento. “Fui de ônibus até o hospital e chegando lá, às 8
horas, fui informado na portaria que o setor estava fechado por tempo
indeterminado”.
Assim como Valmir, vários pacientes que tinham consulta agendada no ambulatório
ficaram sem passar pelos médicos hoje. Em compensação, urgências e emergências,
além de trocas de curativos, não foram suspensas. O ambulatório realiza cerca
de 250 atendimentos por dia.
A equipe é composta por seis ortopedistas terceirizados, sendo que dois atendem
diariamente no ambulatório e um no centro cirúrgico. O ambulatório tem outros
20 profissionais do próprio HSA, entre técnicos de gesso, enfermeiros e
auxiliares. Até o final da tarde, os médicos continuavam sem trabalhar.
O presidente da Associação Santamarense de Beneficência do Guarujá, Urbano
Bahamonde Manso, informou via assessoria de imprensa que a falta de pagamento
para as equipes se dá em razão do atraso nos repasses de recursos por parte da
Prefeitura de Guarujá e da Unimed Guarujá.
“Envoltos em problemas com arrecadação, esses parceiros têm se esmerado em
acertar os pagamentos atrasados. Porém, a demora nesses repasses tem colocado o
HSA em situação de perigo com relação a continuidade de assistência. As equipes
médicas já não têm mais fôlego financeiro para suportar atrasos”.
Unimed
Consultado a respeito, o presidente da Unimed Guarujá, Geronimo
Ferreira Vilhanueva, admitiu que nos últimos dois meses a instituição, que está
em oferta pública, não conseguiu efetuar os repasses em sua totalidade.
“Estávamos
no aguardo de um repasse da Unimed Guarulhos que não veio, o que cria um efeito
dominó. Além disso, este é um ano de crise, que deve durar pelo menos até o
final do próximo ano”.
Segundo Vilhanueva, o valor devido gira entre R$ 600 mil e R$ 700 mil. “A raiz
do problema do Santo Amaro, porém, é a tabela defasada do SUS. Fazem loteria
para ajudar a clubes de futebol, mas não fazem para salvar as santas casas”.
Prefeitura
Já a
Secretaria de Saúde de Guarujá informou, via assessoria de imprensa, que os
repasses fundo a fundo (Governos do Estado e Federal) estão em dia, mas não os
municipais.
“A
Municipalidade está redobrando os esforços para manter em dia o repasse
referente ao valor do Tesouro Municipal. Atualmente, o Município repassa para o
Santo Amaro cerca de R$ 4 milhões/mês. Desse montante, 80% estão devidamente
pagos”. (A Tribuna On-line)
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