Este é um sentimento que existe hoje entre muitos
cidadãos ou talvez na maioria dos cidadãos desta nossa cidade.
Houve época em que as pessoas tinham imenso prazer
em vir para cá só para passar um dia nas suas praias. Ter um imóvel aqui era
sonho de consumo de qualquer paulistano e até de moradores de outros estados.
Guarujá, a Pérola do Atlântico, o balneário do
endinheirados, o lugar onde Deus descansou no sétimo dia, assim era chamada
nossa Ilha de Santo Amaro.
Há muitos anos atrás uma grande empresa do mercado
imobiliário criou um slogan assim: “Guarujá é verão o ano inteiro”. Outra colocou
em seus prospectos: “Aqui você pode esquecer sua família.” E Guarujá era o
paraíso dos corretores de imóveis, as grandes construtoras, todas, queriam
construir aqui. O empresário da Construção Civil, Romeu Chap Chap, chegou a
afirmar numa entrevista à Veja São Paulo: “A praia das Astúrias será a
Copacabana de São Paulo”.
Nos anos 80 o m² de terreno na Avenida Paulista,
era por volta de US$ 1.000, um dos mais caros do país competindo apenas com a
Avenida Vieira Souto no Rio de Janeiro. O mesmo preço pedido nos terrenos
frente ao mar em Guarujá. Hoje passado 30 anos nem sei lhes dizer quanto custa
o m² de terreno nestas duas avenidas acima citadas e Aqui vale a mesma coisa de
antes. Regredimos? Sim, regredimos, temos hoje aqui e tivemos num passado
próximo em nossa cidade as piores administrações publicas já vista em toda a
baixada. Nossas administrações e os vereadores pararam no tempo, ou melhor,
voltaram no tempo e fizeram de nossa cidade um laboratório de como se “endinheirar”
através do erário.
Não houve por parte de nenhuma das últimas
administrações planejamento para o crescimento de todos os eixos de nossa
cidade. Nada se fez para melhora nossa malha viária, nosso acesso a demanda
portuária, nem pelo crescimento populacional de baixa renda. Eles foram se
amontoarem em favelas pelas encostas e manguezais da cidade, sem nenhum cuidado
com o seus bem estar e nem aos danos causados ao meio ambiente. Para o político
guarujaense o que importava eram os eleitores de cabresto, seus redutos
eleitorais.
Dane-se a cidade, eu quero ser eleito! Não importa as mentiras
criadas por marqueteiros, o que importa é voto na urna. E o pior disso tudo é
que esta prática não é de hoje, já vem acontecendo desde os anos 80.
Tivemos e temos aqui em Guarujá verdadeiros
sanguessugas do povo. Nosso sistema de saúde é falido, e a própria classe
médica ajuda este triste e lamentável fato, afinal temos um hospital falido e,
em seu entorno, clinicas de médicos cada vez mais ricos. O pedágio para se
fazer algo em nossa cidade é absurdo. Nosso sistema de segurança não existe.
Nossa Guarda Municipal é tratada com descaso pelos administradores, a única
coisa que se vale são os esforços pessoais de muitos deles. O mesmo acontece em
creches, escolas e próprios municipais.
Aqui vale só a “Lei de Gerson”, ensinamentos dados
por nossos tablóides semanais. Tem-se algo para oferecer aparece nas colunas
sociais as quais muitas criadas por falsos colunistas, e as que são realmente
feitas por colunistas só aparecem sempre os mesmos, isso desde que criaram os
tablóides, parece que nossa cidade não se renova, são sempre os mesmos
carcamanos de administrações passadas e todos com relevantes serviços prestados
aos seus interesses próprios e nada mais.
Guarujá, ame-o ou deixe-o, esta frase no passado
fez muito brasileiro se arrepiar, mas ela hoje cai como uma luva para o
verdadeiro cidadão guarujaense, aquele que ama realmente esta cidade, aquele
que tem orgulho de se dizer cidadão santamarense, aquele que tem vergonha de
seus pares políticos por sua gula insaciável de poder estar cada dia mais
próximo do cofre do erário e suas benesses. Guarujá cidade sem lei, sem alma e
sem futuro, pois do jeito que ela administrativamente caminha , está sem poder
ver uma luz no fim do túnel. E quem tem que mudar esta cidade é a sociedade é o
cidadão, o munícipe, o veranista que aqui vinha sempre e agora vem muito pouco.
Guarujá ame-o ou deixe-o, deixe-o os políticos sujos, mal intencionados e incompetentes,
porque eu enquanto me for por Deus permitido viver, eu nunca a deixarei,
estarei aqui sempre para poder lutar por nossa cidade, para resgatarmos o nosso
melhor.
Luiz Fernando Cunha Bueno
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