Quase um ano após o anúncio do
início dos estudos para a construção da ponte ligando as duas margens do Porto
de Santos, a concessionária rodoviária Ecovias aguarda a conclusão do
licenciamento ambiental do projeto. A empresa, que administra o Sistema
Anchieta-Imigrantes (SAI), e a Secretaria Estadual de Logística e Transportes
estimam que o aval para o começo dos trabalhos deve ser expedido no final do
ano.
Tanto o projeto quanto as obras caberão à Ecovias, em troca da
extensão do contrato que mantém com o Estado para a administração e exploração
do SAI. A ligação seca entre as margens do Porto tem custo estimado em R$ 2,9
bilhões.
Segundo proposta apresentada pela Ecovias no ano passado, a
ponte terá cerca de 7,5 quilômetros de extensão, com início na entrada de
Santos, no km 64 da Via Anchieta, e término próximo ao acesso à Ilha Barnabé,
na Área Continental de Santos, a cerca de 500 metros da praça de pedágio de
Guarujá, no km 250 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
O vão principal da ponte terá altura de 85 metros e 325 metros
de largura entre os pilares. As medidas são exigências do Governo do Estado
para tornar viável as atividades no Aeroporto Metropolitano da Baixada Santista
(na Base Aérea de Santos, no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá) e
para não impactar nas operações portuárias.
Bayonne
Bridge
O calado aéreo da futura ponte será maior do que o da Bayonne
Bridge (Ponte Bayonne), que liga Nova Jersey e Staten Island, nos Estados
Unidos, e foi elevada pela Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jersey.
Essa ponte, que atravessa a zona portuária, foi construída com um vão de 151
pés, o equivalente a 46 metros de altura. Porém, dificultava o tráfego de
embarcações.
A saída foi elevá-la a 215 pés, 65 metros. Isto possibilitou que
terminais do complexo portuário recebessem navios que podem carregar mais de
9,5 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). A elevação,
concluída em 2017, custou US$ 1,6 bilhão.
Análise
Segundo a Ecovias, estudos detalhados sobre o empreendimento
foram entregues em dezembro do ano passado à Agência Reguladora de Transportes
do Estado de São Paulo (Artesp), que analisa a proposta e dará as diretrizes
para os próximos passos.
“Assim que as demandas forem cumpridas, a Secretaria Estadual de
Logística e Transportes dará autorização para início das obras. A previsão é
para o final do segundo semestre”, informou a pasta.
A concessionária também afirma ter prestado todos os
esclarecidos solicitados pelos órgãos ambientais, com o objetivo de garantir o
licenciamento da obra. Atualmente, esses dados estão em análise e não há
previsão de conclusão.
A Cetesb informou que está em análise o pedido de Licença
Ambiental Prévia (LP) para o empreendimento. “A Cetesb está aguardando a
apresentação de informações complementares ao processo de licenciamento, sem
prazo estabelecido para o seu envio”, relatou.
Esta é a terceira tentativa de acesso direto entre as ilhas de
Santo Amaro (Guarujá) e São Vicente (Santos) defendida pelo governo paulista.
Projetos de um túnel submerso sob o estuário e uma ponte na região do ferry-boat
foram apresentados anteriormente.
Quando foi anunciado o projeto, o Governo do Estado destacou que
o atual modelo apresenta o melhor custo-benefício, pois terá concepção mais
rápida e menor impacto ambiental. (Via; A Tribuna/ Ilustração: Ecovias)
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