Em reunião na manhã de terça-feira (7), em
Brasília, o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB) discutiu com o titular da
Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Sidrack Correia Neto, os termos da
portaria nº 7687, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do último dia 1º
de agosto, que abre a possibilidade de acabar com a cobrança do laudêmio e da
taxa de foro, pagas à União.
Articulada desde o início do mandato de Squassoni,
em 2015, a portaria da SPU beneficia os ocupantes de imóveis em área de Marinha
– caso da região de orla, por exemplo – sob o regime de aforamento em todo o
Estado de São Paulo. O projeto é piloto, e por isso se resume ao território paulista,
por ora. As novas regras permitem a quem tem o chamado domínio útil do imóvel
em área de aforamento (e é dono, na realidade, de apenas 83% da propriedade) a
comprar a parte que por lei pertence à União (os 17% restantes, chamados de
domínio direto) e, com isso, obter o domínio pleno sobre esta.
Dessa forma, quem quiser adquirir junto à União o
domínio direto desses imóveis em regime de aforamento ficará livre do pagamento
da taxa de laudêmio, que equivale a 5% da avaliação da propriedade, e que devem
ser quitadas quando da compra, além de deixar de arcar, também, com a taxa de
foro, cobrada anualmente (custa o equivalente a 0,6% do domínio pleno).
Entretanto, todos continuarão pagando, ainda, a taxa de ocupação, que é anual e
equivale a 2% pleno do terreno para ocupações inscritas até setembro de 1988 e
de 5% daquelas registradas a partir de outubro do mesmo ano.
Diretor jurídico da Superintendência da SPU em São
Paulo no início dos anos 2000, Marcelo Squassoni conhece bem o assunto e,
agora, como deputado, trabalhou politicamente para que a SPU reconhecesse o
direito dos ocupantes de imóveis em área de Marinha. “É uma grande vitória, que
dá segurança a quem mora em áreas de Marinha. É fruto de um trabalho político,
aliado ao trabalho técnico da equipe da SPU, que dá a alternativa de acabar com
o laudêmio e a taxa de foro, instrumentos arcaicos, resquícios do Brasil
Imperial”, observou o deputado.
De acordo com o Secretário Nacional do Patrimônio
da União, Sidrack Correia Neto, a portaria prevê o pagamento à vista do domínio
direto e concede desconto de 25%. “É só procurar a SPU e manifestar o interesse
para iniciar os trâmites”, ressaltou.
Antes da publicação da portaria nº 7687, a União
estimava arrecadar, até o final de 2018, R$ 840 milhões com taxas de ocupação e
de foro de 515 mil contribuintes em todo o país. O valor é 10,8% superior ao
cobrado em 2017.
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