Não haverá mais a paralisação de
atendimentos no Hospital Santo Amaro (HSA) a partir do próximo dia 15. A
manutenção dos serviços do único hospital de Guarujá foi garantida na
quinta-feira (10) por Urbano Bahamonde Manso, presidente da Associação Santamarense
de Beneficência de Guarujá (ASBG), mantenedora do HSA.
O complexo hospitalar decidiu
reverter a decisão depois de receber uma proposta do setor financeiro da
Prefeitura, que se comprometeu a pagar 50% da dívida nos próximos dias. O valor
total devido pela Administração Municipal ao HSA alcança R$ 4,2 milhões,
referentes aos meses de julho a novembro deste ano
“Essa promessa diminui a pressão
perante as equipes e possibilita a continuidade dos serviços, inclusive com o
pagamento do 13º salário dos empregados”, informou Urbano por meio de nota.
Segundo ele, o montante permitirá
o pagamento de parte da dívida com as equipes e a postergação da discussão
sobre a diferença para o ano que vem.
Situação caótica
A situação veio à tona há cerca
de duas semanas, quando Urbano tornou pública a dívida da Prefeitura com a
instituição. Na ocasião, ele anunciou que paralisaria por tempo indeterminado,
a partir de 15 de dezembro, os serviços na Maternidade Ana Parteira e
ambulatórios, além de suspender as cirurgias eletivas – que representam,
juntos, cerca de 420 atendimentos por dia via SUS.
“Pagando tudo em dia, já tínhamos
um déficit mensal de R$ 922 mil por causa da defasagem do SUS. O que nos
ajudava eram os valores de convênio e particulares. Só que, com a crise, os convênios
também entraram em dificuldade, e o valor que recebemos deles hoje é 50% menor
do que no início do ano. A situação está caótica”, disse Urbano a A Tribuna na
ocasião.
Ele afirmou ainda que a suspensão
de alguns serviços era uma medida dramática para não ter que fechar o complexo
hospitalar por completo. “A espinha dorsal de um hospital é a unidade de
emergência, que desencadeia em centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) e unidade de internação clínica e cirúrgica. Se um desses elos se
quebrar, o hospital quebra”.
Na semana passada, Urbano
explicou essa situação durante depoimento à Comissão Especial de Inquérito
(CEI) da Câmara de Vereadores, que apura indícios de má-gestão de recursos na
saúde pública de Guarujá.
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