A Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos, deve apresentar nesta
quinta-feira (22), opções de locais para a queima dos produtos tóxicos – entre
eles, fosfina – que estão em 115 cilindros encontrados em um armazém do cais. O
prazo foi dado pelo Ministério Público de Guarujá, após a Prefeitura negar a
incineração dessas cargas perigosas no município.
Há
cerca de dois anos, técnicos da área de Meio Ambiente da Codesp descobriram os
produtos perigosos em armazéns que ficam no Centro de Santos. A estimativa é de
que a carga esteja no local há 20 anos.
Apesar
de aparentarem bom estado, os cilindros com produtos tóxicos e explosivos
perderam a garantia de controle de suas válvulas. Por isso, a necessidade de
uma destinação adequada para o material.
O plano
da Docas era queimar os cilindros na Base Aérea de Santos, no distrito de
Vicente de Carvalho. O material seria retirado do Centro de Santos, carregado
em uma embarcação e levado até a unidade da Aeronáutica, que fica às margens do
canal de navegação.
No
entanto, a Prefeitura de Guarujá é contra a queima no município por conta dos
riscos que podem ser causados à população. Segundo a Codesp, se um dos
cilindros apresentar vazamentos, existe a possibilidade de explosões e
vazamentos de gases tóxicos. O problema ainda poderia ocasionar a evacuação de
vários bairros da cidade.
Por
isso, na última segunda-feira (19), o Conselho de Defesa do Meio Ambiente
(Condema) de Guarujá fez uma audiência pública para discutir o assunto e,
diante dos riscos, rejeitou a queima ou o armazenamento desses produtos
químicos.
Mas,
mesmo assim, de acordo com o secretário de Meio Ambiente de Guarujá, Sidnei
Aranha, a Codesp não desistiu da ideia. Em reunião com o Ministério Público no
Município, a estatal que administra o cais santista se comprometeu a encaminhar
alternativas para o descarte dos produtos perigosos.
“A
coisa está mal conduzida. Se discute a recusa (de Guarujá) mas não a solução do
problema, que está em Santos”, disse Aranha. “Guarujá se sensibiliza com o
problema, mas ele não está no município”.
O
secretário de Meio Ambiente de Guarujá destaca, ainda, a necessidade de apontar
responsabilidades nesta questão. Isto porque os cilindros foram identificados
há dois anos e, até agora, a população está exposta a riscos. (Com informações
de A Tribuna)
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