A construção do Túnel
Submerso entre Santos e Guarujá está ameaçada por falta de recursos. O fato é
admitido pelo presidente da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), Laurence
Casagrande. “Não há licitação porque não há recurso”.
Vereadores
das nove cidades da Região foram aconselhados a afinar o discurso para cobrar
que a obra seja prioritária pelo Palácio dos Bandeirantes, quando houver
dinheiro.
O túnel, anunciado
oficialmente pelo Governo do Estado há quase cinco anos, foi o tema central da
reunião entre integrantes da União dos Vereadores da Baixada Santista e o
superintendente da Dersa, ontem. O encontro aconteceu no prédio da estatal em
Guarujá.
Tanto
os vereadores quanto o executivo admitem que o temor é que o Governo do Estado
não tenha dinheiro para custear a obra. Até agora, o projeto aguarda
autorização da União para que o governo paulista tome emprestado R$ 7 bilhões.
Esse montante seria repartido entre projetos considerados prioritários pelo
governo.
Deste
total, a estimativa é que a ligação seca consuma cerca de R$ 1,4 bilhão.
Casagrande vai além e admite que “se o Governo Federal liberar menos recursos
que o solicitado, terão de ser escolhidas prioridades”. O que poderia deixar a
intervenção na Baixada Santista de fora.
É aí
que a situação fica preocupante. “O túnel é uma obra muito importante. Os
outros também são, projetos de metrô, projetos rodoviários. Quanto mais uma
obra for consenso, mais prioritária ela se torna”, explica Casagrande.
Para
ele, “na hora de se tornar prioridade, ele (túnel) larga atrás (dos outros
projetos)”. Isso porque o túnel — apesar de apresentado em seguidas cerimônias
oficiais — ainda hoje tem seu traçado questionado, não sendo um processo de
consenso na região metropolitana.
A
proposta da estatal — aprovada e licenciada — prevê a construção do túnel
saindo do Macuco, em Santos, e chegando em Vicente de Carvalho, no lado
guarujaense. Há o questionamento quanto à viabilidade de outro túnel, que
sairia da Alemoa, em Santos, em direção a Vicente de Carvalho.
Casagrande
argumenta que não existe um projeto de ligação que resolva todos os problemas
metropolitanos. “Foi preciso escolher um, que resolvesse a maior gama de
problemas. A alternativa que foi escolhida, um canal ligando a região do Macuco
a Vicente de Carvalho, é aquela que reúne o maior número de benefícios e o
menor número de impactos”, diz.
Apesar
das críticas, ele elogiou a reunião chamada, em conjunto, pelos vereadores.
“Até então, discutíamos individualmente. Esta é a primeira vez que discutimos
de maneira conjunta. É bom ver esse envolvimento deles”, pontua. (A
Tribuna/ Foto: Rogério Soares)
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