sábado, 16 de abril de 2016

Falta de verba ameaça projeto de túnel entre Guarujá e Santos


A construção do Túnel Submerso entre Santos e Guarujá está ameaçada por falta de recursos. O fato é admitido pelo presidente da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), Laurence Casagrande. “Não há licitação porque não há recurso”.
Vereadores das nove cidades da Região foram aconselhados a afinar o discurso para cobrar que a obra seja prioritária pelo Palácio dos Bandeirantes, quando houver dinheiro.
O túnel, anunciado oficialmente pelo Governo do Estado há quase cinco anos, foi o tema central da reunião entre integrantes da União dos Vereadores da Baixada Santista e o superintendente da Dersa, ontem. O encontro aconteceu no prédio da estatal em Guarujá.
Tanto os vereadores quanto o executivo admitem que o temor é que o Governo do Estado não tenha dinheiro para custear a obra. Até agora, o projeto aguarda autorização da União para que o governo paulista tome emprestado R$ 7 bilhões. Esse montante seria repartido entre projetos considerados prioritários pelo governo.
Deste total, a estimativa é que a ligação seca consuma cerca de R$ 1,4 bilhão. Casagrande vai além e admite que “se o Governo Federal liberar menos recursos que o solicitado, terão de ser escolhidas prioridades”. O que poderia deixar a intervenção na Baixada Santista de fora.
É aí que a situação fica preocupante. “O túnel é uma obra muito importante. Os outros também são, projetos de metrô, projetos rodoviários. Quanto mais uma obra for consenso, mais prioritária ela se torna”, explica Casagrande.
Para ele, “na hora de se tornar prioridade, ele (túnel) larga atrás (dos outros projetos)”. Isso porque o túnel — apesar de apresentado em seguidas cerimônias oficiais — ainda hoje tem seu traçado questionado, não sendo um processo de consenso na região metropolitana. 
A proposta da estatal — aprovada e licenciada — prevê a construção do túnel saindo do Macuco, em Santos, e chegando em Vicente de Carvalho, no lado guarujaense. Há o questionamento quanto à viabilidade de outro túnel, que sairia da Alemoa, em Santos, em direção a Vicente de Carvalho. 
Casagrande argumenta que não existe um projeto de ligação que resolva todos os problemas metropolitanos. “Foi preciso escolher um, que resolvesse a maior gama de problemas. A alternativa que foi escolhida, um canal ligando a região do Macuco a Vicente de Carvalho, é aquela que reúne o maior número de benefícios e o menor número de impactos”, diz.
Apesar das críticas, ele elogiou a reunião chamada, em conjunto, pelos vereadores. “Até então, discutíamos individualmente. Esta é a primeira vez que discutimos de maneira conjunta. É bom ver esse envolvimento deles”, pontua. (A Tribuna/ Foto: Rogério Soares)



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