Turistas e trabalhadores que utilizam o sistema de travessias
entre Santos e Guarujá que se preparem. Na véspera da temporada de verão e com
previsão de que quase 5,5 milhões de usuários estarão entre dezembro e março do
ano que vem na região, só 25% dos motores das balsas estão bons. A informação é
do próprio diretor de Operações da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa),
Eduardo Di Gregório.
Em números exatos, são 17 motores bons, 19 em estado de atenção e
32 em situação crítica. Há motores cujo ano de fabricação é 1988. Sete balsas
operam o sistema Santos/Guarujá (uma oitava fica de reserva) e duas
Guarujá/Bertioga. Essa última travessia está operando com apenas uma embarcação
e a previsão é que o serviço se normalize neste sábado (15).
Di Gregório esteve ontem, na Câmara de Santos, participando da
audiência pública da Frente Parlamentar de Regulamentação do Transporte
Hidroviário por Meio do Serviço de Balsas do Estado de São Paulo, sob a
liderança do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (Patriota). Ele disse que a
questão me motorização das embarcações é prioridade. Para isso, há previsão de
compra de 32 motores novos, com investimento de R$ 10 milhões. “A licitação já
foi iniciada hoje e, até o final de janeiro, acredito que os motores já comecem
a ser instalados”, afirma, revelando que a prioridade será para embarcações que
operam nas travessias Santos/Guarujá e São
Sebastião/Ilhabela.
O diretor de Operações disse que, em média, um motor leva duas
horas para ser trocado, mas isso só ocorre em situações consideradas graves. Na
travessia Santos/Guarujá, cinco balsas possuem quatro motores cada e três
embarcações funcionam com dois motores cada. A Dersa pretende substituir 95
motores.
Investimento
Di Gregório ainda anunciou investimentos de R$ 54,3 milhões pelo
Estado para o ano que vem, envolvendo também compra de novos flutuantes,
reforma de terminais e estaleiros de Guarujá e Vicente de Carvalho, além de
unidades de passageiros e compra de peças de reposição. No entanto, disse que
não há previsão de aumento de embarcações em operação para a temporada
2018/19.
O sistema da Dersa engloba oito travessias, com uma frota atual de
34 embarcações, entre lanchas e ferry-boats, a capacidade operacional chega aos
2.400 veículos por hora em cada sentido.
Ao todo recebe diariamente uma média de 22 mil pedestres, 22 mil
veículos, 10 mil bicicletas e 9 mil motos. Em valores, a empresa fatura, só em
relação a veículos na travessia Santos/Guarujá, cerca de R$ 106,5 mil por
dia. A Dersa é uma sociedade de economia mista, controlada pelo Governo
de São Paulo.
Tudo errado
O diretor-presidente da Empresa Paulista de Planejamento
Metropolitano SA (Emplasa), Marcelo Martins de Oliveira, disse no encontro que
o sistema não condiz com a eficiência, rapidez e segurança que a Dersa propaga
em seu site e o que preconiza a legislação. “Quando você se depara com a norma
e com o serviço prestado, percebe que existe um descompasso total. O serviço
não é adequado, eficiente, não se mede as tarifas e as situações que surgem. É
preciso cumprir as normas”, afirma.
(Carlos Ratton via: Diário do Litoral / Foto: Divulgação Governo do Estado de São Paulo)
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