No início da madrugada de ontem, um médico de 45 anos, da Capital, foi baleado após o veículo que dirigia ser interceptado por um grupo de criminosos. A vítima estava no carro com a noiva, três crianças e um adolescente. Eles chegavam a Guarujá pela Avenida Tancredo Neves, por volta de 0h40, quando viraram mais um número na estatística da violência.

“Saímos de São Paulo por volta das 23 horas. Tínhamos noção de que aquele caminho cortava um local que está perigoso. Mas, vimos viaturas de polícia e achamos que estaria tudo bem”, lembra a noiva da vítima.

Segundo ela, cerca de 200 metros antes da abordagem pelos marginais, eles passaram por um carro da Polícia Militar. Logo depois, estranharam o carro da frente parando. “Vi um grupo de meninos, mas, logo notei um que estava com o braço esticado, segurando uma arma”.

O marginal atravessou a frente do veículo e parou ao lado dela, que estava com o vidro entreaberto. Ele colocou a mão para dentro, tentando alcançar sua bolsa. Agarrou as alças, mas como a bolsa era grande, não conseguiu tirá-la do interior do veículo.

A situação deixou a mulher ainda mais amedrontada. O receio dela era que o assaltante ficasse nervoso. “Aí, eu abri a porta e deixei a bolsa no chão. Poderia ter aberto o vidro, mas na hora, você nem pensa. Eu sabia que ele estava nervoso e tinha certeza que ele atiraria”, conta. E tinha razão.

Por medo, quando fechou a porta, ela permaneceu abaixada. Foi quando ouviu o estampido e sentiu um calor no alto da cabeça. O noivo arrancou com o carro enquanto ela procurava algum ferimento no próprio corpo. Logo percebeu que o ferido era no companheiro. A bala atingiu o médico na altura da costela.

Cerca de 100 metros após o local do assalto, localizaram outra viatura da polícia, que os encaminhou até o Pronto-Socorro. Atrapalhada pelo nervosismo, a mulher recorda que o bandido tinha uma tatuagem no braço e mechas loiras no cabelo.

Segunda vez

Essa não foi a primeira vez que o médico da Capital é assaltado em Guarujá. Segundo sua noiva, ele já havia sido roubado em frente ao apartamento que mantém na Cidade.

“Não sei se iremos voltar. A menina de 5 anos parece que não entendeu muito bem, Mas os outros filhos dele, de 10 e 11 anos, estão bastante impressionados. Não tem policiamento suficiente e quando tem, parece que eles não estão nem aí ou que essa presença não inibe mais os bandidos. E, depois, sobra para o cidadão, que fica refém da violência. Tenho medo de ir a praia e ser assaltada no caminho ou ser vítima de arrastão na areia”.

O Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia Sede de Guarujá. (Tatiane Calixto/A Tribuna On-line)